quinta-feira, 21 de abril de 2011

Rir para não chorar (Ignorância mútua)

Ah! Santa ignorância!
Zombais da ignorância alheia
Porque não tens um espelho em casa!

Quem és tu para zombar
Dos pobres que falam errado
Dos parceiros que nada sabem deste ou daquele assunto

Zombais da falta de inteligência carnal
Pois lhe falta espírito, lhe faltam valores
Lhe falta ética e lhe falta moral

Não digo que somos iguais
Pois seria uma hipocrisia tremenda
Já dizia Rui Barbosa
Para tratarmos iguais como iguais
Na medida em que se igualam
E desiguais como desiguais
Na medida em que se desigualam

Não caçoe do que sabe o outro
Pois este que você caçoa
Um dia, qualquer dia
Terá muito a te ensinar...

A inspiração do poeta

A inspiração dos poetas e poetizas
Não é algo que seja fácil de explanar
Vem que vem, sem avisar
Coitadas das canetas e dos lápis
Que se encontram próximas ao ser iluminado

Poeta sem inspiração
É como um céu estrelado
Sem a presença da Lua Prateada
Que ilumina os amantes e os compositores

De onde vem tal inspiração?
Metodologia? Não... Fórmula mágica? Não...
Vem das águas mais profundas da alma
Por isso eu digo e repito,
Todo poeta, sem inspiração
Nada mais é do que um desalmado
Não física, mas metaforicamente falando.

Nas vielas de Curitiba

Passeio pelo largo, entre as vielas históricas
E vejo uma Curitiba esquecida
Lembrada por uns poucos boêmios madrugadores
E alguns apreciadores de música ao vivo

A Curitiba que não é esquecida
É a Curitiba das mil gentes da rua XV
É a Curitiba do trânsito abarrotado pelas seis
É a Curitiba do céu cinza e do povo “sorriso”
É a Curitiba das estações múltiplas num só dia

Como reativar a Curitiba esquecida
Se encontrarem a resposta, tratem de me avisar
Suplico uma Curitiba com menos problemas
Curitiba pensa, Curitiba robotiza
Curitiba não sente, e principalmente
Não socializa!

Soneto do louco

Lá no fundo do coração do louco
É onde a loucura se mostra intensa
Pois o louco que é louco sempre pensa
Amar por amar simplesmente é pouco

Louco que é louco ama cegamente
E sempre é levado pela emoção
Louco que é louco tem bom coração
Muito raro, o louco que é inteligente

Louco que é louco sempre foi romântico
Cruzando do Pacífico ao Atlântico
Mesmo quando não em sã consciência

No fim seu coração sai dolorido
Mas sabe que compensa ter vivido,
Ter passado por esta experiência.

Amor e mentiras

Sofrer por amar, é justo?
Essa dor psicológica que nos corrói
O pensamento se autodestrói
Tudo, por um período de tempo, não existe mais

Eu a via em todos os lugares
Da aurora a chuva de prata
E o músculo que se contrai e dilata
Por um período de tempo existiu somente

Agora te vejo longe, distante
Distante de meus pensamentos,
Distante da minha realidade
Distante, acima de tudo, de mim

Agora o que me resta é o sofrimento
E a dor de perder o que nunca tive
Por isso reflito: sofrer por amar, é justo?
Tudo, por um período de tempo, não existe mais.

Mundo

Mundo, mundo grande, mundo pequeno
Mundo importante, mundo insignificante
Devemos cuidar do mundo,
Viver bem no mundo

Cada mundo tem seus princípios e ideais
Dia e noite, o mundo se transforma
Como se fosse um casulo fechado
Se o mundo, todo ele, não fossem como um casulo
Fosse como um muro, sempre muro
Único muro, não haveria mundo

Mas, de que mundo, tanto mundo
Digo, escrevo ou retrato nessas palavras?
É o mundo em que vivemos
O mundo em que você vive o mundo em que eu vivo
Mas nunca um só mundo, mas sim todo o universo de mundos
Que há em cada um de nós.