terça-feira, 19 de março de 2013

Almas

Dois como um,
O entrelaçamento astral,
Firmado em terra
Através da empatia...

Tudo combina
Dá certo, sem igual,
Complementar...
Tao qual almas gêmeas
Sussurrando as juras prometidas
Antes de encarnar na carne humana.

Na troca de olhares,
No toque dos corpos
Ou nos impulsos sinápticos,
Vibram-se as auras
De hertz equivalentes.

Olho em seus olhos,
Toco tua pele, pensando
Em como nossas auras vibram,
Revelando a verdade iminente,
De que as juras astrais
Se fazem cumprir...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Perfeição

Dentro de nossos íntimos,
Buscamos o ser perfeito,
Invulnerável, a julgamentos,
A críticas, a olhares mal-intencionados...

Nunca nos damos conta,
De que há falhas no perfeito humano,
Devido a nossa própria natureza,
A nossa condição humana...

Mas não é pelas falhas da perfeição humana,
É que devemos evitar as virtudes,
A busca pelo conhecimento,
Ou mesmo pela estética,
Afinal mesmo a perfeição sendo inexistente,
Sua irmã aperfeiçoar se faz presente...

Mas esta busca não pode cessar,
Afinal, é buscando a perfeição
Que alcançamos o melhor,
Mas o melhor pra si, sem desconsiderar
A mais nobre companhia da perfeição:
A humildade...

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Pela milésima vez o mito da caverna

Vivendo a vida involuvelmente voluntária,
Vivi procurando a vida que havia presa em mim.
Era preso em pensamentos perdidos,
Perambulando pelo meu cérebro sem rumo.
Sem me libertar, sem ser livre,
Atado a estrutura de tempo, espaço e carne.

Correntes me cercam, causando-me claustrofobia,
Enclausurado ainda mais nessa prisão de pensamentos,
De mensagens subliminares as quais estamos subordinados.
Jogos de imagens entram em minha mente,
Músicas inmusicáveis me fazem murmurá-las
Inconsciente, sem o meu desejo de realizá-lo.

Cercado de mídia estou,
De influências ou corrupção da mente,
Preciso parar de ser marionete, preciso parar de ter,
Preciso sim ser, preciso sim viver...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Mundo irreal (ou não)

Quando os olhos se cerram
A mente trabalha, cria
Das coisas mais fantásticas
Até as viagens sem nexo

Nexo, conexão
Tudo se desliga ao dormir
Suas áreas cefálicas se confundem,
Dando nexo ao sem sentido

Mistura-se a lógica com a arte,
Memórias infantis dos dias atuais,
Cenas de filmes de terror,
Dentro dos quartos em nossas mentes.

Mas é dessa bagunça imagética
Que se formam portais,
Transporte para o outro lado do universo,
Para um mundo brilhantemente confuso...



sábado, 26 de janeiro de 2013

Palhaço

A alegria do palco,
O centro das atenções,
Sorriso largo e feições bojudas,
Fazendo a platéia de palhaça...

Mas não palhaça ignorante,
Mas com saudáveis pegadinhas,
Brincadeiras de criança jovem,
Que escondem um espírito velho...

Por debaixo do sorriso maquiado,
Escondem-se homens e mulheres,
Iguais aqueles que na platéia estão,
Que apenas querem diversão...

Pagam contas, trabalham, suam
Não são super-heróis,
Também sofrem, suportam
Como todo ser que vive...

Mas não há ninguém como o palhaço,
Que mesmo humano, tem a dádiva
Da alegria, do fazer rir,
Do espírito velho,
Que mesmo o corpo não querendo
Será sempre um velho espírito palhaço...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Velha amiga...


Sorrateira, sem hora pra aparecer,
Sem tempo pra aparecer,
Sem hora, seu tempo é inexistente,
Até mesmo infinito...

Pelas lâminas do aço
Ou pela mitose do supervírus,
É sempre a única certeza
De se ter na vida...

Acolhida como amiga, como irmã,
Como inimiga ou como um enigma...
Dificilmente aceita e interpretada,
Facilmente conhecida e reconhecida...

Várias faces do mesmo ser sem faces,
Vem sem tempo, sem hora pra chegar,
Sem nunca atrasar...

domingo, 6 de janeiro de 2013

TAO

O escuro lhe traz o silêncio
No silêncio, a paz necessária...
A paz de resolver uma guerra
De forças internas que nos habitam.

O escuro nos traz sombras e medo,
Medo da morte, medo do medo,
Medo de se sentir-se sozinho
O sozinho que lhe traz o silêncio...

A luz nos traz a vida,
Nos faz enxergar o que não vemos.
Naquele escuro que traz o medo,
Mas que traz também o silêncio

A luz gera sombras,
estas geram o escuro.
Escuro, o vulgo lado negro...
Como a luz maior que nos habita
Está num lugar tão interno...tão escuro?
Apenas silêncio...

E naquele símbolo retratado
No outro lado do mundo,
Vê-se um jogo de luz e sombras,
Luz e trevas, o despertar e o adormecer.

Duas coisas contraditórias contrastando,
Contrastando junto com o erro de crer que são contraditórias,
Pois é certo afinal que não se contradizem,
Mas sim, se complementam.